Pinheiro
Resumo Histórico
A freguesia de Pinheiro pertence ao concelho de Oliveira de Frades, no distrito de Viseu. Dista da sede concelhia aproximadamente 4 quilómetros e o seu orago é Santa Maria, realizando-se em sua honra uma festa solene, anualmente, a 15 de Agosto.
O elemento toponímico deriva do latim vulgar“piniale”, “pinhal”, em referência à vasta zona natural, existente na área da freguesia, e que é abundante nesta espécie arbórea; porém, diz a tradição local, que o topónimo “Pinheiro” se deve à existência de um enorme e velho pinheiro, que abrigos a antiquíssima ermida de Santa Maria (substituída pela Matriz) e que um temporal derrubou no Início do século XVIII. Popularmente, a freguesia é também designada de “Pinheiro de Lafões”, em referência à “terra” ou julgado de Lafões, ao qual pertencia; “Lafões” deriva do árabe “al akhuan”, ou seja, “os dois irmãos”, fazendo geralmente referência a dois castelos edificados em cabeços fronteiriços, o que não será de todo estranho, visto que estava situado entre as serras da Gralheira e do Caramulo.
Numa posição adjacente ao rio Vouga, a freguesia de Pinheiro apresenta inúmeros vestígios de uma ocupação humana pré-histórica, tendo surgido no século X as primeiras documentações escritas, relativas a este povoamento. A par de alguma documentação escrita entre os séculos X a XI, com referências expressas à famosa Anta Pintada de Antelas (lugar da freguesia), classificada como Monumento Nacional, pelo Decreto-Lei n.° 29/90, “Diário da República”, I série, de 17 de Julho, muitos outros testemunhos obrigam a um longo recuo no tempo: as mamoas do Nicho e de Peneiras, que tal como a Anta Pintada, os estudiosos Veiga Ferreira e Manuel Leitão, situam no segundo período do Neolitico, e os troços de estrada romana, entre outros.
Em 1101, um Diogo Peres e sua mulher, Matrona, venderam a D. João Gosendes e sua mulher, D. Ximena Froiaz, muitos bens em várias terras nas imediações da “terra” de Lafões”. O rico-homem João Gosendes, era da “schola” do Conde D. Henrique, e ao que se julga, Governador da “terra” de Lafões, na qual já possuía inúmeros bens, uns por herança e outros por compra, de cujos títulos estão publicados muitos documentos. Também o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra veio a possuir nesta freguesia muitas herdades, que ao que se julga, lhes teriam sido doadas por João Gosendes
Em 1252 já a Paróquia de Santa Maria de Pinheiro, pertencente ao distrito ou julgado de Lafões, estava constituída, julgando-se que a sua fundação data do tempo da sua colonização, feita inicialmente por gente não nobre, a foro particular ou por extensão do da “terra” de Lafões. Posteriormente, os nobres adquiriram toda a paróquia, razão porque todos os seus lugares eram honras nos meados do século XIII. Neste século, a paróquia de Pinheiro era composta pelas “villas” rústicas de Quetriz (topónimo que indica povoação germânica), Nespereira, Paredes Secas, Pereiras, Pinheiro, Porto (de) Ferreiro, Rial (ou Raa1) e Vespeiras. A honra de Pinheiro era em 1290 de Rodrigo Afonso “Ribeiro”, e a Igreja de Santa Maria, dos descendentes de Vicente Auzelias e Martim Auzelias, que se julga terem sido dos povoadores iniciais do lugar, encarregados de atrair para ele outros povoadores.
Na segunda metade do século XVIII, Pinheiro foi ducado de Lafões e teve o seu juiz ordinário, sujeito ao juiz de fora da vila de Vouzela, e pertencia por esta altura à comarca de Viseu. Integrou o concelho de Lafões e, depois o de Vouzela. Passou a fazer parte do concelho de Oliveira de Frades quando este foi definitivamente instituído, em 1837. A esta freguesia pertencem atualmente, os seguintes lugares: Antelas, Couço, Nespereira, Paredes de Gravo, Pereiras, Pinheiro, Pontefora, Porto Ferreiro, Prova, Quetriz, Ral e Sobreiro. Pinheiro foi durante décadas servida por uma estação de linha férrea do Vale do Vouga, existindo na freguesia, uma ponte férrea, que que é um monumento de interesse local e regional, pois é para os locais, um símbolo do passado, na medida que representa o início do progresso e desenvolvimento da freguesia.
Além dos vários vestígios de ocupação humana pré-histórica, já mencionados, destacam-se no património cultural e edificado da freguesia: os troços de estrada romana de Ral e de Pontefora e a Igreja Paroquial. Como locais de interesse turístico destacam-se ainda, o Parque Florestal da Pedra Boa, e a Ladeira da Santa.
Pinheiro, como grande parte das freguesias do concelho, centrava a sua economia basicamente na agricultura e na pecuária, atividades que se foram desenvolvendo e derivando noutras mais industriais, como é o caso da avicultura, da suinicultura e da panificação; porém, também a indústria e os serviços se desenvolveram nesta freguesia, criando inúmeros postos de trabalhos. Assim, a população de Pinheiro distribui-se por atividades como a metalomecânica, a transformação de granitos, os transportes, a construção civil e o comércio.
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